quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Isto é um mar de chatices. Como aquele mar onde o Tejo perde os filhos. Juntos para a desgraça: estamos juntos para a desgraça. Unimo-nos para não fazer bem e isso não significa que a queda nos faça partir a cabeça. Vai só deitar um bocadinho de sangue e nem vai doer nada. Isto é um grande mar de chatices. A parede está intacta e a verdade é que temos coragem de lá ir com a cabeça, errar e perder. Corremos esse risco porque compreendemos a causa, como os revolucionários: a luta a ser travada é clara e precisa, quase cirúrgica. Para ver as raízes não foi preciso escavar até muito longe, o encontro deu-se com facilidade. As raízes porém, em tão curto tempo e tão ousadamente cresceram até partirem o cimento e a calçada. Isto é tudo um grande mar de chatices e essas raizes sao fruto de um compromisso assente na possibilidade da queda. Cair é das sensações mais alucinantes que se pode ter: não saber como vai acabar o corpo, cair até esmagar o coração. A inconstância é poder cair a toda a hora, esmagar os ossos todos e estar pronto para cair de novo. Haverá sensação melhor?

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