quinta-feira, 23 de julho de 2009

Os revivalismos de Strindberg ou o reconhecimento da dor...

Amor eterno, dizias. Amor eterno.
Amor eterno, digo. Se bem que curto.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

O anti-manifesto que antes de ser censurado era só manifesto...

Era uma vez. Ontem. Éramos. Hoje. Ontem. Foi. Fomos. Somos. Somos manifesto. Manifesta. Grande festa. O festim. O banquete, o banquete dos loucos. Dos mágicos. Dos que magicam. Dos que fornicam. Somos inevitavelmente atraiçoados pelas águas paradas que nos cercam. As gerações amorfas contagiam inevitavelmente as vindouras. Lutar parece um movimento contrário à gravidade. Levantar a voz, fazer com que se ouça remete-nos para a ingenuidade sonhadora de quem quer mudar o mundo. Ao desejo de intervenção junta-se a urgência em dizer. Mas dizer só não chega, não chegam as palavras. A acção, no presente é o único meio de concretização da mudança. A única e derradeira forma de celebrar a existência e a arte. A banda foi convocada e o público acotovela-se nas varandas. Há homens pendurados nas janelas para assistir à grande entrada no prometido mundo novo, algumas mulheres lutam com o passado, há quem se desfaça dele e deixe tudo para trás, há quem festeje em rituais e há por fim, aqueles loucos, que se acreditam profetas. De nada vale entretê-los; de nada nos vale entretermo-nos. Antes o risco de provocar uma derrocada. Caia o circo e venha a morte, que tantas foram as vezes que já nos desiludimos com a esperança, com a prometida mudança, com as tentativas que nada trouxeram de novo. Na verdade, não há nada de extraordinariamente diferente entre uma grande festa de circo e um admirável mundo novo. Aquilo que se procura em ambos os lugares é a excentricidade, o desejo de prolongar a bizarria na memória dos espectadores. Um falacioso truque de magia ou a promessa da felicidade, são, encerrados dentro e fora de si, a mesmíssima coisa. O que nos resta? Qual é o caminho? A escolha prende-se à morte ou à intervenção. Deixámos para trás o mundo que tanto nos admirou e agora, que nos importam os desvarios épicos dos números de circo? Celebramos os fiascos do mundo através da música que ecoa na cidade. É a celebração das horas da infelicidade que nos faz sair à rua prontos a ripostar e de armas em punho.

É a hora, dizia o poeta.

É A HORA...