quarta-feira, 10 de setembro de 2008

há um sonho que tenho muitas vezes


A sensação de estar perdida costuma chegar durante a noite, quando o son(h)o já se apossou do corpo e de qualquer possibilidade de fuga. Assemelha-se às intermináveis viagens de carro no pico do Verão em que o discernimento e a paciência se esgotam em segundos brevíssimos. Caminho para o encontro das caras conhecidas e após a grande mancha negra vejo-me só, num espaço que me é íntimo, mas só, perdida afinal! Repetidamente tenho esta sensação e dou por mim, passada a embriaguez do son(h)o, recuperando forças para a avaliação racional deste acontecimento. A verdade é que mesmo tendo os grandes olhos abertos, não me sinto mais achada do que durante as minhas deambulações oníricas. Os erros que vamos cometendo, ou os sonhos que ingenuamente alimentamos, não se dissipam tão simplesmente como seria de esperar. O alívio do desprendimento após a viagem não é claro e o limbo não vinca a passagem dos planos. Durmo perdida e acordo perdida. Estou perdida, é simples! Mais simples seria o encontro de um caminho despreocupado e simples, sem paixões avassaladoras, sem compromissos que o não foram. Nesse caso estaria não-perdida e por envolver. Secura tal... Às vezes a secura apetece. Só para não querermos morrer ali mesmo, perdidos e angustiados.

Hoje, porém, não me apetece encontrar nada...

2 comentários:

Jacinto. disse...

Credo, mulher, tu precisas é de uma sardinhada e copázios à moda antiga, a ver se te passa a ensimesmada! Anda daí, vem dançar no bailarico e encher o bucho, que a vida são dois dias! Faz como a tua prima Itelvina, que passa os dias a mondar, a fiar na roca e andar na mula para a feira do Naso! Olha que ela não tem desses preparos e diz que o Manel da Eira anda de olho nas saias dela - cá para mim vai dar casório.

Anónimo disse...

Grande comentário, merecia um post próprio, Obsessivo!!!
:))))))